Os participantes da Sessão solene do Congresso Nacional, nesta sexta-feira (8), para homenagear o Dia do Quadrilheiro Junino, comemoraram a volta da celebração das festividades juninas, que estavam suspensas há dois anos em razão da pandemia de covid-19.
Para o senador Izalci Lucas (PSDB-DF), que requereu a homenagem (REQ 10/2022) em conjunto com o Deputado Federal Vitor Lippi (PSDB-SP), o momento é de retomar a tradição e implantar políticas públicas de Estado que incentivem a cultura da Festa Junina.
— Abrimos nossa Casa de Leis para homenagear os quadrilheiros juninos com suas músicas e suas danças, que representam a nossa cultura genuinamente popular. A homenagem é pela cultura, músicas e danças. Basta ouvir a música para lembrar os passos da dança colorida da festa. E a festa que nos representa pelos belos cantos e encantos pelo amor à nossa terra. O movimento sempre teve e sempre terá meu apoio, vontade e luta para dar continuidade a alegria às festas juninas para festejar com arte no Distrito Federal e em todo o Brasil — disse Izalci, que presidiu a sessão.
A sessão teve a participação de vários artistas de grupos de Quadrilhas do Distrito Federal, vestidos a caráter, com citação de cordéis sobre a festa junina e temas correlatos, além de apresentações de dança. O Hino Nacional foi tocado pelo sanfoneiro Luizão do Forró, da Trio Banda.
Para os homenageados, a volta das festividades juninas nos espaços coletivos reforçam a importância dessa expressão popular da cultura brasileira e uma forte aliada na luta contra a marginalização na sociedade, além de divulgar e manifestar a cultura popular do Brasil.
— A nossa cultura precisa de nós. Não devemos desistir da luta, pois somos cultura, forró e Nordeste. Precisamos do apoio dos parlamentares e da Casa do povo para dar frutos à cultura brasileira e isso levará a sociedade a ver a arte, a poesia e o cinema como caminho que ajudará pessoas e, assim, descobrir novos artistas — declarou Marques Célio de Rodrigues Almeida, presidente da Associação dos Forrozeiros do Distrito Federal e Entorno (Assforró-DFE).
Para Robson Vilela Fusca, representante da Quadrilha Sanfona Lascada, o movimento junino é "uma forte transformação na vida de cada um".
— Nós somos o maior movimento de cultura popular no Distrito Federal durante o ano todo. A gente merece o que tem de melhor. Precisamos entender cada vez mais a necessidade da cobrança aos representantes sobre nossa importância — defendeu.
Para Ana Carolina Nobre Alves Braga, representante da Quadrilha Elite do Cerrado, a cultura e a arte foram muito afetadas pela pandemia.
— Precisamos de apoio para as ressignificações da cultura quadrilheira por meio das histórias de cada quadrilha que nos leva a dialogar com cada povo. Isso representa muito na transformação de uma cidade e na valorização do nosso país. O movimento Junino em Brasília recebe muitas referências de diferentes regiões do Brasil. Temos que manter a essência desse movimento e fortalecer vínculos — ressaltou.
O representante do Grêmio Recreativo Arraiá Formiga da Roça, Leandro Mota dos Santos, destacou que eles estavam sentindo falta da emoção e da energia que move a festa junina.
— A sensação satisfatória que temos ao ver a saudade do público ao ver nossas danças, pois o povo estava sentindo falta da cultura que é feita para o povo. Arte do povo para o povo. Isso que enche nosso coração de alegria, e que esse brilho e essa fogueira não apague no nosso coração — declarou.
O senador Izalcir destacou as palavras do escritor paraibano Ariano Suassuna, para quem "toda arte é local antes de ser regional, mas se prestar será contemporâneo e universal".
— A arte junina agora é universal e permanecerá em várias gerações aqui e em outros cantos. Vamos celebrar sempre a festa do povo, que rompeu barreiras de tempo e as fronteiras do país. O nosso movimento Junino é nossa arte universal — completou.
A definição da data 27 de junho como o Dia Nacional do Quadrilheiro Junino foi instituída pela Lei 12.390, de 2011. Essa norma considera quadrilheiro junino todo profissional que utiliza meio de expressão artística cantada, dançada ou falada transmitido por tradição popular nas festas juninas.
Joás Benjamin sob supervisão de Patrícia Oliveira
Mín. 23° Máx. 27°