Qualquer um pode imaginar a confusão burocrática que pode causar um aeroporto construído entre duas cidades, e mais ainda se essas duas cidades ‘disputarem’ por seu território. Pois isso está ocorrendo atualmente em um dos principais aeroportos do Nordeste brasileiro após um desses municípios começar a realizar fiscalizações no terminal.
O aeroporto em disputa é o Zumbi dos Palmares, que fica entre os municípios de Maceió e Rio Largo (AL). Essa disputa veio à público após a Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito de Maceió (SMTT) iniciar ações de segurança viária no entorno do terminal, onde fica localizado o acesso para adentrar no aeroporto, o meio-fio.
Ao realizar uma pesquisa rápida em qualquer site das companhias áreas que operam no aeroporto (Gol, Azul e Latam), pode-se notar que as passagens vendidas para o terminal indicam ‘Maceió’ como destino, não ‘Zumbi dos Palmares’ ou mesmo ‘Rio Largo’. O site da atual administradora do aeródromo, a Aena, também aponta o aeroporto como sendo da cidade de Maceió, assim como o site da Infraero, a antiga administradora.
Conforme o diagnóstico da Malha Municipal do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a construção do aeroporto está nos limites das cidades que fazem parte da Região Metropolitana de Maceió, que envolve a capital e o município de Rio Largo.
A análise do Instituto de Terras e Reforma Agrária de Alagoas (Iteral) traz o dado de que 61% da área construída do Aeroporto está compreendida em Maceió, onde estão localizados o estacionamento, parte administrativa e lojas, por isso que a SMTT está periodicamente no local para a realização de vigilâncias de trânsito.
Quem não concorda com quase nada do dito acima é o município de Rio Largo. Nas redes sociais, o prefeito Gilberto Gonçalves (Progressistas), afirma que as rondas e fiscalizações que estão sendo realizadas pela SMTT de Maceió é “um ato desrespeitoso ao Pacto Federativo, invasão de domínio“.
Ele também afirma que, por lei, o aeroporto está em terras riolarguenses, tendo seu registro no município conforme escritura de 1978, também questionando o estudo citado acima feito pelo Iteral, alegando interesses políticos por parte do órgão, como se pode ver no vídeo abaixo.
Pelo visto, esta disputa ainda vai render alguns capítulos.
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