O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou nesta 5ª feira (29.jul) que não é possível provar a existência ou não de fraudes nas urnas eletrônicas, mas que há indícios dos problemas. A declaração foi feita em transmissão ao vivo pela internet, na qual Bolsonaro voltou a defender enfaticamente a implementação do voto impresso nas eleições.
"Não tem como comprovar que as eleições não foram ou foram fraudadas. São indícios, um crime se desvenda com vários indícios. Vamos apresentar vários indícios aqui", disse o presidente. Pouco depois, com ajuda de um susposto analista de inteligência, ele apresentou vídeos -- obtidos na internet -- que configurariam os indícios, O primeiro deles, segundo Bolsonaro, mostra um programador fraudando o código fonte da urna eletrônico, mas já foi desmentido pelo Projeto Comprova.
Ao longo da live, o chefe do Executivo federal voltou a criticar o presidente do Tribunal Superiro Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Partido dos Trabalhadores (PT). Além disso, mostrou imagens -- supostamente gravadas em 2018 -- em que pessoas diziam ter inserido o número 17 na urna e que automaticamente a máquina alterava para "nulo" ou para o número 13.
Reportagens de 2008 e 2012, nas quais moradores de Caxias, no interior do Maranhão, denunciavam fraude nas urnas, também foram exibidas. Porém, a agência de checagem Aos Fatos demonstrou em julho deste ano que a Polícia Federal (PF) não conseguiu comprovar as denúncias.
Em outros momentos, o suposto analista de inteligência apresentou trechos de programas jornalísticos, de 2018, em que comentaristas diziam ser Bolsonaro o candidato favorito para ser o mais votado no primeiro turno das eleições no sudeste e confrontou as frases com um momento da apuração dos votos, em que Fernando Haddad -- candidato do PT na época -- se aproximava de Bolsonaro. Segundo o profissional, o objetivo de apresentar os materiais "é demonstrar que as nossas urnas eletrônicas precisam de mlehoria".