A Fundação Nacional de Artes - Funarte lamenta a morte do diretor, ator, professor e dramaturgo B. de Paiva (1932-2023). Considerado uma das maiores referências para o teatro cearense, foi responsável por ensinar gerações de atores, cenógrafos, dramaturgos, figurinistas, aderecistas, arte-educadores e demais técnicos vinculados às artes cênicas.

José Maria Bezerra de Paiva, conhecido como B. de Paiva, começou sua trajetória profissional na década de 40, no Conjunto Sacro-Dramático (1947) e no Teatro-Escola do Ceará (1951). Sua atuação também se deu como líder no processo de instauração do Moderno Teatro do Ceará, em 1960. Junto a Marcos Miranda (1929-2001) e Haroldo Serra (1934-2019) fundou o Teatro Experimental de Arte (1962) e, posteriormente, o Curso de Arte Dramática e o Teatro Universitário da Universidade Federal do Ceará (UFC), em 1965. Em seguida, em 1966, também participou da criação da primeira Secretaria de Cultura do país, no Ceará.

A partir de 1978 mudou-se do Ceará para Brasília, onde passou a comandar a Fundação Brasileira de Teatro (FBT) e foi um dos responsáveis pela criação do Ministério da Cultura. Como diretor da Funarte, colaborou com o fomento ao teatro amador e a profissionalização da área, tendo defendido a cultura como eixo de formação da identidade nacional. Na Universidade de Brasília (UnB), foi fundador da Faculdade de Artes Dulcina de Moraes, vinculada à Fundação Brasileira de Teatro.

Retornou ao Ceará em 1998, quando ganhou o título de Doutor Honoris Causa, pela Universidade Federal do Ceará. No ano seguinte, em 1999, tornou-se coordenador de assuntos culturais e artísticos da Pró-Reitoria de Extensão da Universidade Federal do Ceará, e também fez parte da diretoria do Colégio de Direção do Instituto Dragão do Mar. Além de suas ações em prol do teatro em Brasília e no Ceará, B. de Paiva também foi responsável por criar o primeiro curso superior de Artes Cênicas, na UniRio, além de ter sido reitor na Universidade Federal do Rio de Janeiro.

A Funarte se solidariza com a família, amigos e fãs de José Maria B. de Paiva que deixa um legado para as artes cênicas em nosso país.

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