A Prefeitura do Rio e o Ministério da Saúde entregaram no sábado (27/09) as novas instalações de mais três setores do Hospital do Andaraí, após obras de reforma. Foram o setor de ortopedia (2º andar do prédio principal), parte do Centro de Tratamento de Queimados (CTQ, no 9º andar), e a cozinha. O ministro Alexandre Padilha fez a entrega das novas instalações e conferiu outras melhorias já realizadas pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) desde que assumiu a gestão da unidade, em dezembro do ano passado, como a nova emergência, a enfermaria do 10º andar e o ambulatório; além das obras em andamento, entre elas a construção do novo centro de emergência regional (CER) e do novo centro cirúrgico.
– O Hospital do Andaraí está recebendo 100% de investimento do Governo Federal, serão ao todo R$ 600 milhões para recuperar a unidade, que se mantém como uma unidade federal, que está sob a gestão municipal. Temos cerca de 30% das obras concluídas, tanto aqui como também no Hospital Cardoso Fontes. A nossa expectativa é finalizar todas as principais obras no primeiro trimestre de 2026. Hoje entregamos a reforma do serviço de ortopedia, a nova cozinha e o Centro de Tratamento de Queimados, que já foi o maior do Brasil e hoje metade dele está renovada, e até janeiro do ano que vem funcionará completamente -, diz o secretário municipal de saúde, Daniel Soranz.
O ministro Alexandre Padilha comemorou os avanços resultantes da parceria com a Prefeitura do Rio:
– Desde a visita do presidente Lula, houve aumento de mais de 50% nas cirurgias e mais de 60% das internações; instalamos acelerador linear (radioterapia) e tomógrafo, que antes não havia. Tudo isso reduz o tempo de espera no atendimento especializado no Rio de Janeiro. As pessoas que estavam na fila do SUS agora, por meio do Agora Tem Especialistas e desta reestruturação, têm a oportunidade de ver o tempo de espera reduzir. Isso mostra a forte parceria do governo federal com a Prefeitura do Rio de Janeiro e com a Fundação Oswaldo Cruz, que vai mudar definitivamente a cara dos hospitais federais no estado -, afirmou Padilha.
O CTQ do Hospital do Andaraí, no 9º andar do prédio central, é o mais antigo do Brasil e principal referência nacional no tratamento de queimados. O projeto de recuperação e transformação era previsto há 15 anos, mas, após ter sido iniciado em 2010, foi deixado de lado. Neste ano de 2025, com recursos do Ministério da Saúde e gestão da Prefeitura do Rio, a obra começou a sair do papel, paralelamente com a retomada dos serviços. Sem que o atendimento fosse interrompido, foram reformadas a sala de cirurgia e a unidade de terapia intensiva do CTQ, essa última com seis leitos (três adultos e três pediátricos), e a sala de balneoterapia, fundamental no tratamento de queimaduras graves. Com a entrega deste sábado, outras partes do setor poderão ser liberadas para que também recebam as melhorias.
Reforço no atendimento a vítimas de acidentes com motos
Já o setor de ortopedia está localizado no 2º andar do prédio principal. O pavimento foi todo reformado, permitindo a reabertura de leitos que estavam desativados havia mais de oito anos e retomando a capacidade total de 38 leitos. Foram recuperadas e modernizadas as 10 enfermarias, a sala de gesso, a farmácia e os postos de enfermagem. As novas instalações serão fundamentais para o aumento da capacidade do SUS para atendimento a vítimas de acidentes com motos, cujos números na cidade crescem de forma assustadora. Somente este ano, foram mais de 21 mil atendimentos em pacientes com este perfil nos hospitais da rede municipal. Em 2024, o custo desses atendimentos para a Secretaria Municipal de Saúde ficou em cerca de R$ 130 milhões.
– Estamos inaugurando um andar especial de ortopedia para o atendimento de pessoas envolvidas em acidentes com motocicletas. Serão no total 80 leitos exclusivos aqui no Hospital do Andaraí e também no Hospital Municipal Barata Ribeiro, que já conta com serviços de cirurgia geral, cirurgia plástica e traumato-ortopedia. Os atendimentos às vítimas de acidentes de moto vêm aumentando muito na nossa rede, cerca de 40% das cirurgias ortopédicas são relativas a acidentes com motociclistas. Infelizmente vivemos uma epidemia de acidentes de moto na cidade. Todos os hospitais têm pacientes com este perfil, aguardando cirurgia. O número de pessoas que têm sofrido amputações e sequelas permanentes também tem aumentado. Hoje é uma das maiores preocupações da saúde pública da cidade do Rio de Janeiro e por isso estamos ampliando esse atendimento -, reforça o secretário.
O ministro conheceu o novo ambulatório do Hospital do Andaraí, inaugurado no dia 18 de setembro e que oferece as especialidades de ostomia, ginecologia, cirurgia plástica, mastologia, proctologia, urologia, cardiologia, dermatologia e gastroenterologia. No local, acompanhou uma aplicação de implanon, implante contraceptivo de longa duração, que é uma das formas de prevenção à gravidez e é um dos serviços de saúde que serão ofertados no ambulatório. O ministro anunciou que já foram adquiridas 100 mil unidades do implanon, que estão sendo distribuídas para os estados e até o final do ano serão mais de 500 mil, para atender cerca de meio milhão de mulheres este ano. A expectativa é atender cerca de 1,8 milhão de mulheres até o final de 2026 em todo o Brasil.
Nova cozinha depois de mais de uma década
Depois de 12 anos, as refeições dos pacientes voltarão a ser preparadas no próprio Hospital do Andaraí, garantindo a qualidade necessária. Como a unidade estava sem cozinha, as refeições dos pacientes precisavam ser feitas fora e transportadas. Qualquer problema na logística poderia atrasar os horários da alimentação. Agora, com a obra finalizada, o novo ambiente será equipado com fogão e refrigerador industrial, além de outros aparelhos necessários para o início da produção. O próximo passo será finalizar os trabalhos do refeitório, onde profissionais e acompanhantes dos pacientes também poderão fazer suas refeições. Quando estiver com funcionamento pleno, a cozinha terá capacidade de preparar 3,2 mil refeições por dia.
Desde que a Prefeitura do Rio assumiu a gestão do Hospital do Andaraí, o número de leitos já foi ampliado de 150 para 270; a emergência foi reaberta, depois de vários anos fechada; o tomógrafo, que estava encaixotado havia mais de um ano, foi instalado e iniciou a operação; o CTI foi ampliado de 10 para 15 leitos; houve aumento da produção, com benefício real de cerca de 3 mil novos usuários; o serviço de radioterapia foi iniciado com a inauguração do acelerador linear; a enfermaria do 10º andar do prédio principal e o ambulatório do 3º andar foram reabertos; entre várias outras melhorias.
O cronograma de obras prevê ainda, até o primeiro semestre de 2026, reformas das demais enfermarias, do centro cirúrgico, melhorias dos serviços de oncologia, modernização dos centros de imagem, do parque tecnológico e dos elevadores, além da construção de um novo setor de trauma e o novo centro de emergência regional (CER).