Com o tema “O Protagonismo das Mulheres no Espaço de Poder e Decisão”, a Secretaria de Estado do Desenvolvimento da Agropecuária e da Pesca (Sedap-PB) promoveu nosábado(27), uma nova etapa do projeto “Encontro de Mulheres do Agro”. O evento ocorreu no auditório do Programa Empreender-PB montado na estrutura do 5º Festival de Queijos, no município de Soledade, cuja programaçãofoi encerrada nodomingo, dia 28.
De acordo com o secretário da Sedap-PB, Joaquim Hugo Vieira, o “Encontro de Mulheres do Agro” é um “espaço importante para discutir e abordar temas e vivências específicas das mulheres que interessam a toda a sociedade”. Ele frisou que a ideia é levar o projeto às exposições e feiras como forma de valorizar a presença feminina no ambiente do agro.
A assessora de Gestão Social da Sedap-PB e idealizadora do projeto “Encontro de Mulheres do Agro”, Márcia Dornelles, frisou que, hoje, as exposições e feiras do agro são espaços importantes para os produtores rurais. E explicou que a ideia é tornar os eventos do agro uma política pública e garantir um calendário mínimo permanente.
O prefeito de Soledade, Miranda Neto, esteve presente no evento. “As mulheres têm conquistado novos espaços no mundo todo. Que vocês possam empreender todos os dias e buscarmais espaços que ainda não têm acesso”, frisou o gestor. Ele esteve no evento acompanhado da primeira-dama, Maria José Miranda, que destacou: “As mulheres estão avançando nas suas lutas. Que nós possamos seguir a vida e conseguir novos espaços”.
A primeira palestrante foi Maria José, mais conhecida como “Boneca Piloto”, do grupo Mulheres Arretadas, formado em 2014 na comunidade Santa Luzia, em Soledade. Ela explicou as ações do grupo buscando o empoderamento das mulheres com a produção de alimentos, o combate à violência e o crescimento coletivo. “A gente tem mulheres que são guerreiras, o grupo tem ampliado suas atividades e desenvolvido ações visando o fortalecimento das mulheres”, comentou.
Já a secretária executiva Rural e da Pesca do município, Adriana Arruda, também, falou durante o “Encontro de Mulheres do Agro”. Ela apontou que “as mulheres conquistem mais espaços e aos homens fica a mensagem para que apoiem as mulheres, estejam do lado delas”.
A vereadora Janieide Costa, por sua vez, lembrou a vida desde a infância. Filha de uma família com oito irmãos homens, ela ressaltou que casou cedo e teve três filhos homens. Sua trajetória de luta e aprendizado a fez atuar em várias atividades, até se tornar conselheira tutelar e, daí, se apaixonar pelas políticas públicas. “Eu me tornei vereadora para seguir atuando com políticas públicas. Eu digo para as mulheres mais jovens que continuem lutando, não desistam”, enfatizou.
Outra palestrante no “Encontro de Mulheres do Agro” foi a secretária de Educação de Soledade, Andrea Berto. Até se encontrar na área da Educação, ela teve sua origem em uma família de agricultores e chegou a ter um salão de beleza. “Eu passei por todas as funções dentro da escola. É na educação que me encontrei, é o que eu amo fazer. Os desafios chegam todos os dias e a gente tem que estar preparada para enfrentá-los”, comentou.
A agente de Desenvolvimento da Sala do Empreendedor do Sebrae-PB em Soledade, Ana Maria Lopes, apresentou sua trajetória. “Sou filha de agricultores com muito orgulho”, disse. Atuante, ela afirmou que “levei nome de enxerida muitas vezes porque sempre busquei participar das decisões”. Ela apontou que as mulheres podem e devem ocupar os espaços, “participando das decisões e servindo de exemplo para outras mulheres”.
A última palestrante foi a representante da Sedap-PB, Márcia Dornelles. Ela destacouo processo histórico de conquistas femininas. Como mulher negra, ela abordou a importância do pertencimento, do autoconhecimento e da aceitação própria na construção da cidadania. Ela citou experiências traumáticas de infância e as lições dos pais na sua caminhada.
“O que nós queremos. Nós queremos igualdade”, disse Márcia Dornelles. Ela citou, também, o caráter libertador do estudo. E apontou que é preciso ensinar as pessoas sobre a necessidade de se mudar conceitos enraizados culturalmente. “A nossa construção histórica mostrou que a mulher foi feita para servir aos homens. A gente precisa trazer os homens para o nosso lado. E é preciso a ocupação dos espaços, como na política”, completou.