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Pesquisadores desenvolvem e patenteiam nova ureia de liberação controlada para dieta de cordeiros

Com apoio do Governo do Estado, por meio da Fundação de Apoio à Pesquisa da Paraíba (Fapesq), pesquisadores da Universidade Federal de Campina Gran...

Colaboração para o Jornal Online Alagoas
Por: Colaboração para o Jornal Online Alagoas Fonte: Secom Paraíba
02/10/2025 às 12h04
Pesquisadores desenvolvem e patenteiam nova ureia de liberação controlada para dieta de cordeiros
Foto: Reprodução/Secom Paraíba

Com apoio do Governo do Estado, por meio da Fundação de Apoio à Pesquisa da Paraíba (Fapesq), pesquisadores da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) desenvolveram uma nova tecnologia de ureia de liberação controlada, protegida por uma camada lipídica de gordura vegetal, que pode ser incluída de forma eficiente na dieta de cordeiros confinados.

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A tecnologia aumentou o aproveitamento e a quantidade usada da ureia na alimentação, ajudando a reduzir os custos com proteína e a excreção urinária de nitrogênio e a melhorar a produtividade da carne ovina, trazendo benefícios econômicos, sociais e ambientais para a cadeia produtiva. A ureia protegida foi desenvolvida no Laboratório de Nutrição Animal (LANA) do Centro de Saúde e Tecnologia Rural (CSTR) da UFCG, e foi contemplada com prêmios e uma patente.

A pesquisa, que recebeu aporte de R$ 66 mil do Governo da Paraíba, foi coordenada pelo professor Leilson Rocha Bezerra (CSTR/UFCG) em parceria com o professor Edson Cavalcanti Filho, da Universidade Federal do Piauí (UFPI), e do professor Ronaldo Lopes, da Universidade Federal da Bahia (UFBA).

A ureia microencapsulada de liberação lenta já foi testada na dieta dos ovinos em engorda visando a melhoria no desempenho e na qualidade da carne. De acordo com o coordenador do projeto, professor Leilson Bezerra, foi possível verificar seus efeitos sobre o desempenho produtivo, a qualidade da carne, o consumo de alimentos, a digestão e o metabolismo dos cordeiros. Também foram estudadas as mudanças no funcionamento do rúmen, como a fermentação, a produção de gases e a degradação da fibra da dieta.

Os resultados mostraram que a nova ureia pode aumentar a eficiência alimentar, reduzir a dependência de insumos caros e tornar a carne ovina mais competitiva no mercado. Como ação final, o projeto resultou no registro de uma patente, com potencial de aplicação direta pelos produtores. Os sistemas microencapsulados foram caracterizados por meio de testes químicos e físicos (DSC, TG, MVE), para avaliação da liberação controlada bem como o cálculo do rendimento quer chegou a 85% e da eficiência do material que alcançou 96%.

A inclusão da nova tecnologia de ureia protegida melhorou a digestibilidade da proteína bruta e elevou a retenção de nitrogênio, além de reduzir as perdas urinárias e fecais, sem afetar negativamente o consumo, a saúde ruminal ou a população de protozoários. A inclusão de 3% de ureia protegida demonstrou ser uma estratégia eficiente para otimizar o metabolismo proteico em ovinos.

Além de artigos e da patente, foram publicados e apresentados resumos dos trabalhos realizados no Congresso Nacional de Produção Animal (CNPA), onde ganhou o Prêmio Jair de Araújo Marques da Sociedade Nordestina de Zootecnia pelo de Melhor Resumo CNPA 2023, XXI B-MRS Meeting – Brazilian Materials Research Society (SBPMat), e no 2024 ADSA Annual Meeting is scheduled for June 16–19, 2024, em West Palm Beach, Flórida.

O projeto traz grande importância para o desenvolvimento da Paraíba, pois a ureia protegida para liberação controlada no rúmen dos animais representa uma tecnologia inovadora que melhora a eficiência no uso dos nutrientes pelos animais, aumentando a produtividade e a rentabilidade da pecuária local, destacou Leilson.

O uso da ureia microencapsulada, contribui também para práticas mais sustentáveis, preservando o meio ambiente e fortalecendo a agricultura regional. “O trabalho, realizado na Paraíba, gerou uma patente e foi bastante premiado fortalecendo a competitividade da carne ovina produzida no estado, valorizando nossa pecuária e contribuindo para o desenvolvimento regional”, frisou Leilson.

A pesquisa coordenada por ele contou também com a participação de André Leandro da Silva (Pesquisador-UFCG), Débora Ysis Ribeiro Barbosa (mestranda-UFCG), Aline Gomes de Andrade Silva (mestranda-UFCG), Luciana Viana Diogenes (doutoranda-UFCG), Kevily Henrique de Oliveira Soares de Lucena (doutorando-UFCG), Évyla Layssa Gonçalves Andrade (doutora-UFCG), Romilda Rodrigues do Nascimento (pós-doutora-UFCG), Pedro Henrique Soares Mazza (doutorando-UFBA). Pedro foi o vencedor do Prêmio Otávio Domingues de Melhor Tese na área de Zootecnia no Brasil no Ano de 2024.

Foto: Reprodução/Secom Paraíba
Foto: Reprodução/Secom Paraíba
Foto: Reprodução/Secom Paraíba
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