A campanha do Outubro Rosa busca conscientizar a população sobre a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de mama, que é um dos tipos mais comuns entre as mulheres. A amamentação protege as mães do câncer de mama, por isso a Maternidade Nossa Senhora de Lourdes (MNSL), referência em partos de alto risco e responsável pelo Banco de Leite Humano Marly Sarney (BLH) reforça a importância do ato para prevenir a doença.
Amamentar não é apenas um ato de amor e vínculo entre mãe e filho. Diversos estudos científicos mostram que o aleitamento materno contribui para reduzir o risco de câncer de mama, especialmente quando é exclusivo nos primeiros 6 meses de vida do bebê e mantido de forma complementar até os 2 anos ou mais.
De acordo com a ginecologista e obstetra da MNSL, Glícia Ramos, durante o período de amamentação, o corpo da mulher passa por mudanças hormonais que reduzem a exposição prolongada aos estrogênios (hormônios associados ao desenvolvimento de tumores mamários). Além disso, a amamentação promove a eliminação de células mamárias que podem ter sofrido alterações durante a gestação, funcionando como uma espécie de ‘renovação’ do tecido mamário. “De acordo com a Organização Mundial da Saúde e o Ministério da Saúde, cada 12 meses de amamentação podem reduzir em até 4,3% o risco de câncer de mama ao longo da vida. A proteção é ainda mais evidente quando o aleitamento é prolongado e ocorre em mais de uma gestação”, explicou.
A gerente do BLH, a nutricionista Míriam Duarte, ressalta que, neste ano, a estimativa é de que tenham mais de 73 mil novos casos de câncer de mama. “Pensando na prevenção do câncer de mama, precisamos buscar hábitos saudáveis, como praticar atividade física, manter uma alimentação saudável, equilibrada, com baixo teor de gordura, com baixa quantidade de alimentos processados ou ultraprocessados. E um ponto importante na prevenção do câncer de mama é a amamentação. Amamentar previne o câncer de mama”, afirmou.
Crislaine Varjão, mãe de dois filhos, moradora de São Cristóvão, não sabia que amamentar ajudava na prevenção do câncer de mama. “Tive mastite na amamentação do meu primeiro filho, Bryan, que tem 5 anos, e o médico do posto de saúde me falou do Banco de Leite. Fui pra lá com o meu peito empedrado, gostei muito das orientações e resolvi ser doadora. Agora, voltei a ser doadora novamente. A minha filha Alice nasceu há dois meses e eu tenho muito leite. Eles vão até a minha casa buscar o leite e qualquer pessoa que tem dificuldade com a amamentação, eu já falo sobre o banco de leite”, relatou.
Mais benefícios
Os benefícios do aleitamento materno vão muito além da prevenção do câncer de mama. Para a mulher, ele também reduz o risco de câncer de ovário, diabetes tipo 2, hipertensão e obesidade. Para o bebê, o leite materno é o alimento mais completo, oferecendo anticorpos, nutrientes e proteção contra infecções e doenças respiratórias. Amamentar também favorece o vínculo afetivo, estimula o desenvolvimento emocional e fortalece o laço entre mãe e filho, uma troca de cuidado e afeto que transforma vidas, como reforçouGlícia Ramos. “Toda mulher precisa cuidar de si com o mesmo carinho com que cuida dos outros. Fazer o autoexame das mamas, manter consultas regulares e realizar a mamografia conforme a orientação médica são atitudes que salvam vidas. E, para as mães, lembrar que amamentar é, também, um gesto de prevenção. Um ato de amor que nutre, protege e fortalece o bebê e a mulher”, completou.