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Conheça as lagartas que se disfarçam de serpentes para afastar predadores

Com corpos cilíndricos e alongados, presas afiadas e venenos poderosos, as serpentes peçonhentas assustam qualquer um.

Colaboração para o Jornal Online Alagoas
Por: Colaboração para o Jornal Online Alagoas Fonte: Secom SP
30/10/2025 às 10h22
Conheça as lagartas que se disfarçam de serpentes para afastar predadores
A lagarta é uma das fases mais importante da vida da mariposa ou da borboleta, é nessa etapa que o bichinho tem que se alimentar bastante para conseguir passar pelas transformações necessárias até a vida adulta. Foto: Daniel Janzen/SRNP

Com corpos cilíndricos e alongados, presas afiadas e venenos poderosos, as serpentes peçonhentas assustam qualquer um. Algumas possuem até cores de alerta (como as corais) ou reproduzem sons (como as cascavéis) para deixar uma mensagem clara: com elas, não se brinca! As cobras são tão temidas que alguns animais se aproveitaram disso durante sua evolução, tornando-se bem parecidos com elas para espantarem seus predadores.

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Pense rápido: o animal da foto abaixo é uma serpente ou não?

Outro exemplar de Hemeroplanes triptolemus identificado na Costa Rica. Foto: Daniel Janzen/SRNP
Outro exemplar de Hemeroplanes triptolemus identificado na Costa Rica. Foto: Daniel Janzen/SRNP

Parece, mas não é! Esta é a lagarta da mariposa Hemeroplanes triptolemus, que ocorre no Brasil e em outros países da América Latina, como Colômbia, Costa Rica, México, Equador, Bolívia, Argentina e Venezuela. A espécie é conhecida por ter uma “cabeça de víbora” e cores que lembram muito a jararaca da Mata Atlântica (Bothrops jararaca) – essa habilidade de disfarce na natureza é conhecida como mimetismo.

Como se alimenta de folhas, o inseto costuma ficar pendurado em galhos durante a noite, seu período ativo. Ele inclina a cabeça para baixo e a movimenta de um lado para o outro, lembrando uma serpente arborícola (ou seja, que vive em cima das árvores).

Ao exibir o ventre de tonalidade marrom e padrões semelhantes aos das cobras, ele engana e afasta seus predadores – como pássaros, insetos e pequenos mamíferos.

A cabeça da lagarta é pequena, mas se expande para os lados quando ela se sente ameaçada, o que a deixa ainda mais parecida com uma cobra. Além disso, ela possui pequenas manchas escuras na cabeça, que lembram olhos (ocelos), e desenhos parecidos com fossetas loreais (órgãos sensoriais das víboras, localizados entre as narinas e os olhos).

Hemeroplanes triptolemus registrada na Costa Rica. Foto: Daniel Janzen/SRNP
Hemeroplanes triptolemus registrada na Costa Rica. Foto: Daniel Janzen/SRNP

Outra “cosplay de cobra” é a lagarta Eumorpha labruscae, também da América Latina. Ela tem coloração marrom e preta e, quando ameaçada, esconde a pequena cabeça dentro do tórax e expande essa região para simular uma cabeça de serpente.

A Eumorpha labruscae conta com outro recurso especial: ao contrair a musculatura da falsa cabeça (ou seja, do abdômen), ela consegue simular um olho piscando para chamar mais atenção. Curiosamente, no entanto, as serpentes não têm pálpebras móveis e não piscam, mas a técnica parece funcionar para deixar os inimigos longe da lagarta.

A Eumorpha labruscae consegue simular um olho piscando em sua falsa cabeça de serpente. Foto: mssjordan
A Eumorpha labruscae consegue simular um olho piscando em sua falsa cabeça de serpente. Foto: mssjordan

Estratégias de sobrevivência

Sabia que a lagarta é uma das fases mais importante da vida da mariposa ou da borboleta? É nessa etapa que o bichinho tem que se alimentar bastante para conseguir passar pelas transformações necessárias até a vida adulta – a famosa metamorfose , característica comum dos insetos.

Para conseguir sobreviver até lá, diferentes espécies de lagartas usam outras artimanhas, além do mimetismo. Algumas possuem veneno (como as do gênero Lonomia), outras têm colorações que ajudam na camuflagem. Existem até lagartas que fazem “pactos” com outros insetos: as chamadas lagartas mirmecófilas vivem uma relação de cooperação com formigas. Elas liberam substâncias químicas específicas que fazem com que as formigas as reconheçam como “amigas” e não as ataquem.

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