
Nas provas de natação da classe S11 (deficiência visual muito baixa ou total), a interferência de uma figura que está fora da piscina pode determinar um pódio. O tapper, como é chamado o profissional que fica na borda da piscina segurando um bastão com a ponta de espuma, é responsável por sinalizar quando um nadador se aproxima da batida de mão.
Embora o tapper tenha como função primária encostar o acessório no atleta, não é qualquer pessoa que pode se encarregar de executar essa tarefa. Geralmente, quem assume esse posto é um treinador de natação. Na final estadual dos Jogos Paralímpicos do Estado de São Paulo (Paresp), Renato Bartolo, técnico experiente e com participação nas Paralímpiadas de Londres-2012, foi o tapper da vez da equipe de Santos.
O resultado do trabalho entre tapper e atleta depende muito da sintonia entre eles, adquirida com a constância de treinos. “É muito importante conhecer as características e o ritmo do seu atleta para não atrapalhar a performance dele”, diz Renato.
Algumas técnicas são indispensáveis para que a chegada na borda da piscina seja perfeita. O tamanho do bastão, por exemplo, pode variar de acordo com o ritmo do nadador.
“No caso de um atleta mais veloz, de nível de seleção brasileira, o indicado é um bastão mais longo, para alcançá-lo mais distante da borda e sinalizar que é preciso acelerar para fazer uma boa chegada. Para atletas de pouca velocidade, geralmente os que ainda estão iniciando na paranatação, utiliza-se um bastão menor, apenas para anunciar a chegada”, conta ele.
A parte do corpo onde o nadador será tocado também é um componente definidor neste tipo de disputa. Com exceção do nado costas, onde o toque é no tórax, nas demais provas o toque é nas costas.
“É preciso tomar muito cuidado para não encostar no braço do atleta e atrapalhar a sua braçada ou em seu rosto”, explica.
Nos dois dias de final estadual do Paresp, a natação santista, sob a batuta de Renato, levou de volta para a Baixada Santista uma medalha de ouro, duas de prata e seis de bronze.