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Maranhão na COP30 - Projeto apoiado pela Fapema leva saberes tradicionais para restaurar áreas degradadas

O projeto tem como foco principal a promoção da sustentabilidade em comunidades e terras indígenas da região.

Colaboração para o Jornal Online Alagoas
Por: Colaboração para o Jornal Online Alagoas Fonte: Secom Maranhão
16/11/2025 às 11h21

Integrar tecnologia e conhecimentos tradicionais na restauração ambiental. Esse é o objetivo da pesquisa ‘Saberes ancestrais e científicos aplicados à restauração ambiental e produção sustentável na terra Teneterah na Amazônia maranhense’, que será apresentado na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas(COP-30), realizada em Belém. Coordenada pela professora Ligia Tchaika, o projeto conta com o apoio da  Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (Fapema) e tem como foco principal a promoção da sustentabilidade em comunidades e terras indígenas da região. 

“Nós queremos entender como os conhecimentos tradicionais interagem com as tecnologias modernas. Nas biomantas, por exemplo, será utilizado o trançado tradicional com fibras naturais da região, transformando o saber ancestral em um produto inovador e sustentável. É a união da Ciência com a cultura local”, explica a professora Ligia Tchaika, que também coordena o Grupo de Pesquisas em Genética, Taxonomia e Conservação da Biodiversidade e o Núcleo de Tecnologias para a Educação da UEMA.

O estudo será apresentado na próxima terça-feira (18), durante painel promovido pela Universidade Estadual do Pará (UEPA) no espaço da Pavilhão do Pará, dentro da programação da COP-30. A apresentação integra o projeto Aruwe– Saberes Ancestrais e Científicos, aplicados à restauração ambiental e produção sustentável na Terra Indígena Arariboia.
 
Além das ações de contenção de erosão, o projeto incentiva a meliponicultura, prática importante para fortalecer a tradição da festa do mel, uma das celebrações mais importantes da cultura Tenetehar, que retomou as atividades. “Queremos resgatar essa tradição e, ao mesmo tempo, promover a produção sustentável de mel de abelhas nativas, de alto valor comercial e cultural”, afirmou Lígia Tchaika.

O trabalho também inclui a produção de mudas de espécies nativas. “Já existem iniciativas locais nesse sentido, e o nosso objetivo é fortalecer esse processo dentro das terras indígenas, ampliando o cultivo e o reflorestamento com espécies adaptadas ao bioma”, disse a pesquisadora.

O projeto está em sua fase inicial e já envolve diversas comunidades locais. A equipe realizou levantamentos preliminares, envolvendo várias aldeias. Entre as ações já executadas, estão a instalação de barreiras em trilhas, para conter a erosão, e o levantamento da qualidade dos solos nas áreas de roça. “Os resultados iniciais mostram que os solos ainda possuem boa quantidade de matéria orgânica e estão em bom estado de conservação”, explicou.

A pesquisa é uma importante contribuição para a valorização dos saberes locais e também a promoção da ciência aplicada à conservação, que será ampliada com a participação na COP-30, avalia o presidente da Fapema, professor Nordman Wall. “É uma satisfação sabermos que projetos apoiados pela Fundação estão ganhando destaque neste evento global pelo meio ambiente, que é a COP-30. A professora Lígia Tchaika está de parabéns por caminhar junto com as comunidades e somar nos esforços para a preservação ambiental”, finaliza.

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