
A Orquestra Sinfônica de Sergipe (Orsse) realizou, na noite de quinta-feira, 20 de novembro, no Teatro Tobias Barreto, mais uma edição da Série Cajueiros, em programação dedicada ao Dia da Consciência Negra. Com regência da maestra convidada Sarah Higino e participação do trompetista Amarildo Nascimento como solista, o concerto apresentou obras de Emilie Mayer, Alexander Arutiunian, Chiquinha Gonzaga, Samuel Coleridge-Taylor, Gilson Santos e a suíte Retratos Brasileiros. A Orsse é uma realização do Governo de Sergipe, por meio da Fundação de Cultura e Arte Aperipê (Funcap), com patrocínio do BaneseCard e apoio do Instituto Banese.
Antes do concerto, o público foi recepcionado pelo grupo folclórico Parafusos, de Lagarto, cuja participação destacou expressões culturais vinculadas à história afro-brasileira. Com mais de um século de existência, o grupo é reconhecido como Patrimônio Histórico, Cultural e Imaterial de Sergipe.
“Foi um prazer muito grande fazer parte desse evento aqui no Teatro, ainda mais por essa ocasião tão importante, que é o Dia da Consciência Negra, destacando a nossa riqueza artística e cultural. Agradecemos muito pelo convite”, afirmou a mestra do grupo, Maria Ione Nascimento.
O repertório incluiu obras de compositores negros, como Chiquinha Gonzaga e Samuel Coleridge-Taylor, e evidenciou suas contribuições para a música e para debates sociais fundamentais em seus respectivos contextos históricos.
Para a maestra Sarah Higino, a apresentação teve significado especial. “Foi uma grande honra estar com os músicos, com um repertório que foi lindo, e com um público que realmente entendeu a nossa proposta. Vida longa à Orquestra Sinfônica de Sergipe. Fazer música é algo que realmente toca o coração das pessoas. Num dia tão especial como o Dia da Consciência Negra, nessa cidade onde fomos acolhidos, não só pelo convite do maestro Guilherme Mannis, mas pela própria orquestra e o público. Eu só tenho a agradecer e dizer que Aracaju está nos nossos corações”, destacou.
A performance solo de Amarildo Nascimento no Concerto para Trompete, de Arutiunian, integrou a programação da noite. “Estou muito feliz por ter recebido esse convite e por estar aqui em Aracaju tocando frente à Orquestra Sinfônica de Sergipe, uma orquestra maravilhosa. Os sergipanos têm um teatro espetacular, é um sonho. A peça é de 1950, é uma das obras mais tocadas pelos trompetistas no mundo, que se popularizou muito com Timofei Dokschitzer, do Teatro Bolshoi. E aqui estou eu, em 2025, em novembro, tocando essa obra para o povo de Sergipe”, afirmou.
Público aprova
A professora Andreza Vieira destacou a importância da data e ressaltou a participação de uma mulher negra na regência do grupo. “Estou aqui pela segunda vez para apreciar a Orquestra. Eu admirava muito e agora estou acompanhando e participando. Hoje é um dia muito especial, muito significativo, e é muito bom saber que a Orquestra reservou essa data para homenagear a população negra, trazendo uma maestra, uma mulher negra empoderada, para nos representar neste dia. E ainda tivemos a apresentação cultural do grupo Parafusos. É muito lindo e eu estou muito feliz em estar participando”, disse.
Apaixonada por música, a aposentada Sônia Almeida também comentou a experiência. “Estou muito feliz por estar aqui. Gosto muito da Orsse, esse grupo que sempre alegra o meu espírito, o meu coração, porque sou louca por música. Já cantei em coral, já toquei algum instrumento, então para mim é sempre bom estar assistindo. Ainda mais com essa recepção do grupo Parafusos, que abrilhantou ainda mais a noite”, afirmou.
Série Cajueiros
Criada em 2007, a Série Cajueiros é reconhecida por seu repertório diversificado, que inclui sinfonias de diferentes períodos históricos, obras pouco conhecidas ou inéditas, além da participação de renomados musicistas de todo o mundo. Os concertos, realizados mensalmente no Teatro Tobias Barreto, contaram com convidados nacionais e internacionais de destaque.










