
Alunos da rede pública estadual de ensino participaram da Feira Nordestina de Ciências e Tecnologia (Fenecit), que aconteceu em Recife (PE), entre os dias 18 e 22 de novembro. Ao todo, quatro escolas da rede participaram do evento e, além de terem enriquecido os conhecimento, trouxeram também credenciais para feiras internacionais.
O objetivo da Fenecit é ser uma vitrine para a pesquisa científica, apresentando projetos inovadores desenvolvidos por jovens cientistas em diversas áreas do conhecimento humano, abrangendo estudantes desde a Educação Infantil até o Ensino Técnico.
Estiveram presentes na feira os centros de excelência Abdias Bezerra, de Ribeirópolis; Professor Hamilton Alves Rocha, de São Cristóvão; e 28 de Janeiro, de Monte Alegre, além do Colégio Estadual João Salonio, localizado no município de Nossa Senhora Aparecida.
Projetos
O Centro de Excelência 28 de Janeiro, sob a orientação dos professores Lark Soany e Edson Oliveira, com desenvolvimento dos alunos Taislaine Gois, Luana Oliveira e Ana Karla Gois, levou para a feira o projeto ‘CAPTA – Caminhos para a Avaliação Precoce do Transtorno do Espectro Autista’.
O projeto pretende realizar uma triagem precoce do autismo infantil por meio de um kit educativo e acessível composto de uma cartilha, um questionário e um diário. Essas ferramentas ajudam pais, professores e profissionais de saúde a identificarem sinais de autismo, fortalecer o vínculo familiar e oferecer acolhimento, informação e orientação às famílias.
A iniciativa também se destaca por sua abordagem humanizada, investigando o histórico gestacional, social e físico das mães, o que contribui para uma compreensão mais completa do autismo.
Com a participação na feira, o CAPTA recebeu o 3º lugar na categoria de Ciências Humanas e credencial para participação no Movimento Internacional para o Recreio Científico e Técnico (MILSET) Europa, que acontecerá na Itália, em outubro de 2026.
O Centro de Excelência Abdias Bezerra apresentou o projeto ‘Borra de café e serragem como matéria-prima para bioprodutos’. Ele foi desenvolvido pelos alunos Ana Kalline Mota, Júlia Rodrigues, Kaiane Guedes e Cauã Nunes, com orientação do professor Danilo Oliveira.
O projeto desenvolvido por estudantes do 3º ano do Ensino Médio apresentou um biomaterial sustentável utilizando dois resíduos comuns e subvalorizados: borra de café e serragem de madeira. A iniciativa destaca a criatividade e o protagonismo estudantil ao transformar resíduos em matéria-prima ecológica com aplicabilidade prática.
Juntos, conquistaram a credencial na categoria ‘Ciências Exatas e da Terra’. Com a colocação, eles conquistaram a credencial para a Muescientec, que acontecerá em Assunção, no Paraguai. “A nossa equipe está muito feliz e orgulhosa por ver que todo o nosso esforço está gerando ótimos resultados como esse, e estamos muito animados e empolgados para ir à feira em Assunção”, afirmou Júlia Rodrigues, participante do projeto.
O Colégio Estadual João Salonio apresentou o projeto ‘Ecomandioca: inovação sustentável da roça’, desenvolvido pelos alunos Antônio Souza, Miguel Passos e Luiz Henrique Carvalho, sob orientação do professor Ivanildo dos Santos.
O projeto estudou a viabilidade e sinergia de usar amido e manipueira (subprodutos da mandioca) para a produção simultânea de dois produtos de alto valor: um bioplástico flexível e etanol purificado. O trabalho valida o potencial da mandioca como matéria-prima central em um modelo de biorrefinaria sustentável, oferecendo rotas práticas para a valorização de resíduos agrícolas na produção de materiais renováveis e biocombustíveis.
A equipe ganhou o 2º lugar e recebeu credencial para a Milset, na Colômbia, e será a primeira vez que levará o projeto para fora do país. “Vivemos esse momento com muito orgulho e responsabilidade. Acreditamos que essa conquista abrirá novas portas e fortalecerá ainda mais nosso compromisso com a pesquisa, a inovação e a excelência no que fazemos”, afirma o professor Ivanildo, responsável pelo projeto.
O Centro de Excelência Hamilton Alves Rocha participou com o projeto ‘Blendas de esponjas verdes para tratamento de águas cinzas’, orientado pela professora Patrícia Andrade e executado pelos alunos Adryam Ferreira, Nelson Silva, Ayron Machado e Maria Isabella Andrade.
O projeto, desenvolvido por estudantes do Ensino Médio, focou na solução para o alto consumo de água gerado pelo descarte de águas cinzas, especialmente de máquinas de lavar roupas. O objetivo principal foi a produção de blendas de esponjas verdes para o tratamento dessas águas, visando a sua purificação.













