
A vacina do Butantan contra a dengue, recentemente aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) , será armazenada em pó nas unidades de saúde. A liofilização do produto facilitará não apenas o transporte, mas, também, o armazenamento do produto.
Com a liofilização, a vacina é transformada em pó após o congelamento e remoção da água. Isso torna o produto mais estável durante o transporte e o armazenamento, uma vantagem para países de dimensões continentais, como o Brasil.
Enquanto algumas vacinas podem exigir temperaturas mais rigorosas, a versão liofilizada necessita apenas de refrigeração padrão (entre 2°C e 8°C), a mesma utilizada para a maior parte das vacinas do Programa Nacional de Imunizações (PNI) . Isso reduz perdas e ajuda a manter a segurança do imunizante mesmo em trajetos longos.
A maior estabilidade também permite a formação de estoques estratégicos por mais tempo, ajudando estados e municípios a planejar campanhas de vacinação e manter abastecimento regular. Vale lembrar que a vacina do Butantan parte de São Paulo para abastecer todo o país. Ao todo, é esperada a produção de até 30 milhões de doses anualmente.

A liofilização de imunizantes segue três etapas principais:
Antes da aplicação, o profissional de saúde adiciona o diluente específico ao frasco com a “vacina em pó”. Depois disso, a dose única é aplicada normalmente.
A Butantan-DV é a primeira vacina de dose única contra a dengue do mundo . O imunizante foi desenvolvido para proteger contra os quatro sorotipos de dengue e teve seus dados de segurança e eficácia divulgados no New England Journal of Medicine. Com a autorização da Anvisa, a vacina deve ser incorporada ao Programa Nacional de Imunização (PNI) pelo Ministério da Saúde para ser usada nacionalmente.