
A cena literária baiana vive um de seus momentos mais vibrantes. Em 2025, as feiras, festas e festivais literários promovidos em todos os 27 Territórios de Identidade ultrapassaram as expectativas e alcançaram um marco histórico: 101 eventos realizados, número superior ao da previsão inicial de 81. O resultado consolida a Bahia como o estado que mais investe em ações literárias no Brasil.
A realização das feiras ganha força no avanço da política pública coordenada pelo Governo do Estado, a partir das ações promovidas pela Fundação Pedro Calmon (FPC), unidade vinculada à Secretaria Estadual de Cultura (SecultBA). O apoio direto aos eventos é viabilizado pelo Programa Bahia Literária, iniciativa desenvolvida em conjunto pela SecultBA e FPC com a Secretaria da Educação (SEC). Em 2025, foram destinados R$ 24,3 milhões em editais e patrocínios que impulsionaram feiras literárias em municípios de todos os portes.
Impactos que ultrapassam a cultura
Os resultados parciais revelam que o investimento em cultura e educação impulsiona a economia local, aumenta a circulação de pessoas e fortalece o comércio. Em algumas cidades, a ocupação hoteleira durante os eventos ligados à leitura atinge 100%. As festas literárias também se destacaram pela mobilização social. Em apoio à campanha Bahia Sem Fome, coordenada pelo Governo do Estado, os eventos arrecadaram mais de 7,3 toneladas de alimentos destinados a famílias em situação de vulnerabilidade.
Os eventos de 2025 ficaram marcados pela união de artistas e escritores iniciantes com nomes consagrados da literatura e da música nacional. A estreia da 1ª Feira Literária da Região Cacaueira (FLICACAU), realizada em novembro, exemplifica esse encontro, com a reunião de nomes como Arnaldo Antunes, Isabel Filardis e Raphael Montes.
Outras feiras inéditas também ampliaram a presença de personalidades. Em Érico Cardoso, a Feira Literária Água Quente recebeu Itamar Vieira Júnior, autor de “Torto Arado”; já em Entre Rios, o poeta e compositor José Carlos Capinan foi o grande homenageado. Nesse movimento, a Bahia reafirma sua vocação literária e o papel das festas como espaços de descoberta, valorização da identidade e estímulo à criatividade de jovens de todas as idades. Ao todo, mais de 1.100 livros foram lançados, diante de um público superior a 407 mil pessoas.
As feiras fortaleceram também a cadeia produtiva do livro, com 163 editoras participantes, que ampliaram a circulação de obras, autores e novas produções literárias em todas as regiões do estado. “A força da literatura baiana se revela quando alcança cada território, escola e praça. Celebramos o crescimento de feiras tradicionais, como a Flica e a Flipelô, mas também o entusiasmo de municípios que realizaram suas primeiras edições. Ver escritores iniciantes dividindo espaço com grandes nomes é testemunhar a democratização real da cultura. Esse é o compromisso da Fundação Pedro Calmon: garantir que a Bahia seja, cada vez mais, um estado leitor”, destacou diretor-geral da FPC, Sandro Magalhães.
Bahia Literária: uma política pública estruturante
Criado em 2024 pelas secretarias de Educação e Cultura da Bahia, e executado pela Fundação Pedro Calmon, o Programa Bahia Literária é o eixo integrador de diversas ações voltadas ao incentivo à leitura, formação cidadã e democratização do acesso ao livro. Criado em 2024 pelo Governo da Bahia, o Programa Bahia Literária integra ações voltadas ao incentivo à leitura, formação cidadã e democratização do acesso ao livro.
A iniciativa está alicerçada em três grandes objetivos: promover a leitura como prática social, fortalecer a cadeia produtiva do livro, e transformar a Bahia em um estado leitor.
Para isso, a Diretoria do Livro e Leitura (DLL/FPC) desenvolve projetos contínuos em todos os 27 territórios de identidade, convertendo o direito à literatura em política pública permanente. Entre as ações de maior impacto está o apoio às feiras, festas e festivais literários, que evoluíram de uma média anual de três eventos até 2022 para mais de uma centena em 2025. O crescimento expressivo reflete a ampliação dos modelos de apoio — via edital, patrocínio direto e presença institucional do Espaço FPC.
Fonte: Ascom/FPC