O Conselho Estadual de Saúde de Sergipe (CES/SE) realizou, nesta terça-feira, 16, a sua 291ª reunião ordinária. O encontro teve como pauta principal a apresentação da Política Estadual de Cannabis ssp, na qual o estado é pioneiro na oferta qualificada de produtos à base de cannabis medicinal e na linha de cuidado completa aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS).
“Na última reunião do ano trouxemos a discussão do protocolo de cannabis medicinal no estado de Sergipe. Debatemos a ampliação deste protocolo, assim como a continuidade do grupo de trabalho. Também contamos com a participação do movimento social para promover o debate qualificado sobre as necessidades e sobre o processo de construção dessa política, que é tão importante para o nosso estado”, disse a coordenadora de Comunicação do CES/SE, Adriana Lohanna Santos.
Na ocasião, foi apresentada a Política Estadual de Cannabis spp, assim como as perspectivas e o trabalho desenvolvido no Núcleo de Acolhimento em Terapias Especializadas (Nate), que atualmente atende 339 pacientes. O serviço garante mais saúde, bem-estar e qualidade de vida aos sergipanos atendidos.
O secretário executivo da Secretaria de Estado da Saúde (SES), George Trindade, esteve presente e destacou o momento como fundamental para fortalecer a discussão sobre o assunto. “A Política Estadual de Cannabis representa um avanço significativo para Sergipe ao garantir acesso qualificado, seguro e baseado em evidências científicas a produtos à base de cannabis medicinal pelo SUS. Somos pioneiros na construção de uma linha de cuidado completa, que acolhe o paciente desde a indicação clínica até o acompanhamento especializado”, destacou o secretário executivo.
Pioneirismo
Desde a implantação da Política, foram incorporados dois protocolos clínicos direcionados para pacientes com epilepsia refratária, que se encaixam em doenças específicas como síndrome de Dravet, síndrome de Lennox–Gastaut (SLG) e Complexo Esclerose Tuberosa (CET); e o segundo para o comportamento agressivo no Transtorno do Espectro do Autismo (TEA).
“Dialogamos com os conselheiros e acolhemos as contribuições apresentadas, com o objetivo de levar essas discussões à gestão e, a partir delas, desenvolver ações que fortaleçam e qualifiquem ainda mais o serviço prestado à população”, salientou a coordenadora de serviços ambulatoriais da SES, Maynara Franca.
Para ter acesso, os pacientes que possuem recomendação de médico especialista para o uso de cannabis medicinal são encaminhados ao Nate, onde passam a ser acompanhados por uma equipe com médicos capacitados neste tipo de tratamento, tanto para casos de epilepsias refratárias quanto para pacientes com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) com comportamento agressivo. O acompanhamento é contínuo, desde a entrada no serviço e ao longo de todo o tratamento, que pode se estender por anos, com o objetivo de estabilizar o quadro clínico, promover qualidade de vida e garantir dignidade aos pacientes e às famílias, que muitas vezes enfrentam uma rotina desafiadora.
A representante da Ong Santo Amor de Sergipe, Michelle Menezes, marcou presença na reunião e contou que participar do encontro representa a união social com a ciência. “Debatemos a possibilidade de reativação do grupo de trabalho, responsável pela construção e atualização dos protocolos que garantem o acesso de pacientes ao tratamento com cannabis em Sergipe. Nosso intuito é que o tratamento alcance mais pessoas que precisam”, declarou.




