A conexão entre a arte, a criatividade e a tecnologia. Esta é a base das mais de 230 obras que são apresentadas a partir de hoje (13) em mais uma edição doFestival Internacional de Linguagem Eletrônica(File), que acontece no Centro Cultural Fiesp, localizado na Avenida Paulista, em São Paulo. Desde que foi criado, em 2000, o File apresenta o que há de novo em poesias e estética da arte eletrônica em todo o mundo.
Para a edição deste ano, o tema é a Supercriatividade, que permeia trabalhos de videoarte, animações, games, trabalhos de realidade aumentada e de inteligência artificial, além de instalações interativas, tais como a Liminal, de Louis-Philippe Rondeau.
Liminalé um arco que foi instalado no centro do espaço expositivo e que forma uma espécie de portal temporal: o visitante, ao passar por esse arco, vê sua imagem projetada na tela, por meio de uma técnica chamadaslit-scan. O artista pretende trabalhar o limite entre o presente e o passado, criando uma metáfora visual, fazendo o visitante perceber a dilatação do tempo e de seu próprio reflexo.
Outra obra de destaque éAugmented Shadow: Inside, do sul-coreano Joon Y Moon. Trata-se de uma obra inédita no Brasil: uma experiência de realidade aumentada que permite a interação com personagens em sombras virtuais de objetos reais tridimensionais, como portas, janelas e cadeiras.
“Estamos retomando [o File] após quase três anos de pandemia. Essa edição tem duas frentes: uma adaptação do que a gente tinha pensado pré-pandemia, quando [o evento] não ocorreu. E o que a gente conseguiu juntar com o que a gente pensa do que está acontecendo agora. Inicialmente a gente tinha trabalhado um evento todo ligado à inteligência artificial. Mas a Supercriatividade trabalha justamente a questão de refletir sobre como ela existe independente da própria inteligência artificial. A inteligência artificial é apenas uma ferramenta, do qual alguns trabalhos aqui fazem uso”, disse Paula Perissinotto, co-fundadora e organizadora do File.
“A criatividade está presente não só em vários trabalhos aqui dentro, não só nas artes, como em várias áreas e aspectos da nossa sociedade. E é isso que a gente tenta trazer como reflexão aqui dentro”, acrescentou ela, em entrevista àAgência Brasil. “Os visitantes vão encontrar aqui muitas formas de perceber o uso de tecnologia como uma ferramenta de criação, não só de consumo”, falou.
Entre os destaques da exposição está a instalação#L1, de Fernando Velásquez, obra que contou com a participação do programador Gustavo Milward. Em entrevista àAgência Brasil, ele contou que a obra, que consiste em 16 barras de neon, não é interativa. No entanto, ela é única: cada visitante que passar por ela vai ter uma experiência diferente. Essas barras de neon vão acendendo ou apagando, ou mudando a intensidade da luz, de acordo com algoritmos. “Ela não é uma obra interativa. Não tem sensores que captam movimento, por exemplo. Mas ela tem uma lógica. É uma obra que nunca vai se repetir: ela sempre vai gerar variáveis. Uma pessoa que entrar aqui vai ver uma coisa. Uma outra, terá outra experiência”, falou Milward.
O File apresenta também uma imensa parede com 140 QRCodes. A cada clique, uma nova experiência será dada ao público. “São 140 obras que estão dispostas em QRCode da qual elas podem ver do seu próprio celular, com o seu próprio fone de ouvido. São obras de videoarte, arte digital e arte sonora”, falou a organizadora do evento.
Do lado de fora, o próprio edifício do Centro Cultural Fiesp servirá de palco de exibições, projeções que vão acontecer diariamente, enquanto durar o festival. Essa intervenção no prédio da Fiesp poderá ser vista por qualquer pessoa que circular pela Avenida Paulista entre as 19h e 6h.
O festival de arte eletrônica tem entrada gratuita e fica em cartaz até o dia 28 de agosto. Mais informações sobre o festival podem ser obtidas nosite .
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