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Cagece forma a primeira turma de bombeiras hidráulicas para promover autonomia financeira

A Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) marca um momento histórico ao realizar o primeiro curso de formação de bombeiras hidráulicas destina...

Colaboração para o Jornal Online Alagoas
Por: Colaboração para o Jornal Online Alagoas Fonte: Secom Ceará
07/10/2025 às 12h55
Cagece forma a primeira turma de bombeiras hidráulicas para promover autonomia financeira
Foto: Reprodução/Secom Ceará

A Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) marca um momento histórico ao realizar o primeiro curso de formação de bombeiras hidráulicas destinado exclusivamente a mulheres. Essa iniciativa pioneira visa promover a autonomia econômica feminina e transformar uma profissão tradicionalmente dominada por homens.

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O curso é fruto de uma parceria entre a Cagece (Gerência de Pessoas (Gepes), por meio do Programa de Defesa da Mulher – Prodem e da Gerência de Responsabilidade e Interação Social – Geris) e instituições como a Casa da Mulher Brasileira, a Coordenação de Autonomia Econômica da Secretaria das Mulheres e o 1º Juizado da Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher.

Sâmia Andrade, coordenadora de Interação Social da Cagece, ressaltou o impacto da iniciativa. “Este curso é mais do que uma capacitação técnica; é uma ferramenta de empoderamento. Estamos oferecendo a chance para que essas mulheres construam uma carreira sólida e alcancem a independência financeira em um campo que, até então, lhes era negado. Acreditamos no talento e na capacidade de cada uma delas para transformar o setor.”, afirmou.

Inclusão e capacitação técnica

Ao criar uma turma 100% feminina, a Cagece assume um compromisso com a inclusão produtiva e a diversidade, desafiando estereótipos em um setor que historicamente reflete a desigualdade de gênero.

Ministrado pela servidora da Cagece Glaudênia Girão, o curso ofereceu as ferramentas teóricas e práticas necessárias para que as futuras profissionais atuem na instalação, manutenção e reparo de sistemas hidráulicos. A professora destacou o espírito de união da turma: “Elas sabem muito. E saem daqui com muito mais do que a capacitação técnica, trocaram conhecimento, aproveitaram os encontros para compartilhar”. Ao final do curso, Glaudênia distribuiu ferramentas para celebrar o início da jornada profissional.

As aulas teóricas ocorreram na Casa da Mulher Brasileira e terão continuidade em um segundo módulo prático na unidade da Cagece no Pici.

Qualificação e emprego

Uma novidade bastante celebrada foi a oferta de uma vaga de emprego na Cagece destinada exclusivamente às mulheres assistidas pela Casa da Mulher Brasileira que se certificaram nos cursos oferecidos pela companhia. O processo seletivo, que já passou por avaliação curricular e entrevista em grupo, está em andamento para a fase final da entrevista individual.

Katiana Carneiro, da Gerência de Pessoas (Gepes), explicou que a criação da vaga de auxiliar administrativo foi um “desdobramento natural” dos cursos. A demanda surgiu das próprias participantes, levando a organização a viabilizar a oportunidade.

Aline Menezes, assessora do 1º Juizado da Mulher em Fortaleza, enfatizou que o curso representa um investimento direto no desenvolvimento social e econômico. Ela destacou que iniciativas como essa garantiram à Cagece o reconhecimento com o Selo Justiça pela Paz em Casa, uma premiação que valoriza projetos de autonomia para mulheres em situação de violência.

A coordenadora da autonomia econômica da Secretaria de Mulheres do Estado do Ceará, Juliana Lima, complementou que a qualificação pode servir como uma “porta de entrada” para que as mulheres acessem políticas públicas e, muitas vezes, descubram suas situações a serem enfrentadas com apoio mútuo.

Histórias

Entre as 20 egressas do curso, destacou-se Maria de Lourdes Salviano, de 64 anos. “Eu já botei mais  de 3 mil tijolos pra cima, eu sei que nada melhor para uma mulher do que conquistar uma boa condição psicológica. E são momentos como esse que fazem uma pessoa como eu, de 64 anos, se sentir 30. Aprendo e prefiro eu mesma fazendo qualquer serviço”, disse.

Helena Faustino, transplantada renal, compositora e carnavalesca, é outra concluinte que já atua na construção civil e vê o valor da formação. “Já combinamos de nos reunir na casa uma das outras e fazer os reparos que estamos precisando. E nada melhor que uma mulher para prestar um serviço como esse numa casa liderada por uma mulher, isso traz confiança, segurança”, afirmou.

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