O trabalho das artesãs durante a 7ª Juá Capri, que aconteceu no município de Juazeirinho até esse sábado, dia 1º de novembro, foi abordadopelo projeto “Mulheres do Agro Antes da Porteira”, que integra o “Encontro de Mulheres do Agro”, da Secretaria de Estado do Desenvolvimento da Agropecuária e da Pesca (Sedap-PB). O objetivo é apresentar o trabalho e contar a história de mulheres que inspiram.

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No caso específico, “Mulheres do Agro Antes da Porteira” apresenta artesãs que reúnem, comercializam seus produtos e participam do evento através da Casa de Economia Solidária de Soledade, queagregaartesãos de 11 municípios. A casa é mantida através da parceria da Prefeitura Municipal de Soledade, do Governo daParaíba, através daSecretaria Executiva de Segurança Alimentar e Economia Solidária, da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Humano (Sedh),e entidades da sociedade civil.

A assessora de Gestão Social da Sedap-PB e idealizadora do projeto “Mulheres do Agro Antes da Porteira”, Márcia Dornelles, ressalta que a ação busca viabilizar o que ocorre no local de produção, no caso da 7ª Juá Capri em Juazeirinho, o processo e a rotina das artesãs, que também são mães, esposas, avós e filhas. “O artesanato é uma alternativa econômica para as produtoras rurais, permitindo a diversificação da atividade, uma arte passada através de gerações, de mãe para filha, fortalecendo a identidade local passada por gerações”.

A artesã Selma Cristina Couto produz peças feitas de crochê. Chaveiros, bonecas e peças de roupas femininas. Ela conta que começou a fazer as peças após uma oficina no Centro de Referência de Assistência Social (Cras). “Fui aprendendo e gostando, melhorando”, afirma, acrescentando que “o artesanato também é uma espécie de terapia e quando a gente vê a peça pronta, bem feita, dá um orgulho grande”.

Já outra artesã, Maria da Silva, que cria panelas de barro e trabalha em conjunto com a irmã, Maria Madalena da Silva. Ela revela que o aprendizado começou ainda criança ajudando a mãe, também artesã. Moradora do Sítio Ilha Grande, zona rural de Juazeirinho, ela diz que passou a fazer as peças sozinha há poucos anos quando a mãe adoeceu, que acabou falecendo. “Eu faço as peças com a mão livre. Vejo o ponto do barro, moldo, tudo com as mãos livres”, afirma.

Maria da Silva tem procurado aprender e diversificar o visual das panelas de barro. “A gente consegue vender as peças nos eventos na cidade, dá um dinheiro que ajuda em casa”, relata. E complementa: “Quando eu vejo a peça pronta, após o barro ser cozido, eu sinto uma emoção grande, porque é o resultado do meu esforço, do meu trabalho”.

De acordo com Silvânia Morais, que atua na parte administrativa da Casa de Economia Solidária de Soledade, serve como apoio para os artesãos comercializarem seus produtos. São cerca de 60 famílias beneficiadas. “Grande parte são mulheres artesãs que encontraram na casa um lugar para apresentar e vender suas peças”, diz. A unidade também atua organizando espaços coletivos para que os produtores possam participar de eventos, como feiras e exposições do agro, a exemplo da 7ª Juá Capri.

A 7ª Juá Capri,tambem teve apoiodoGoverno Federal, Caixa Econômica,Sebrae-PB,Associação Paraibana de Criadores de Caprinos e Ovinos (Appaco), Federação de Agricultura da Paraíba (Faepa), Sistema Nacional de Aprendizagem Rural na Paraíba (Senar-PB).