Foi cancelada a reunião da CPMI do INSS agendada para esta segunda-feira (17). Estavam marcados os depoimentos de duas pessoas investigadas por envolvimento no esquema de fraudes contra aposentados e pensionistas: o ex-coordenador de Pagamentos e Benefícios do INSS Jucimar Fonseca da Silva e o empresário Thiago Schettini.
Jucimar Fonseca da Silva é alvo de 11 requerimentos de convocação. Um deles foi proposto pelo senador Izalci Lucas (PL-DF). Segundo o parlamentar, o depoente ocupou “uma posição nevrálgica” no INSS e é peça central na engrenagem que permitiu os descontos em benefícios de aposentados e pensionistas.
“As apurações indicam que o então coordenador assinou uma nota técnica que autorizou o desbloqueio em lote de descontos associativos a pedido de uma das entidades centrais no escândalo”, argumenta Izalci. O presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), também apresentou requerimento para a convocação do ex-coordenador.
Jucimar Fonseca da Silva apresentou atestado médico e, embora a junta médica tenha concluído pela possibilidade de sua presença, o investigado adiantou que não compareceria à CPMI.
O segundo depoente, o empresário Thiago Schettini, havia sido convocado por quatro requerimentos. Um dos pedidos é do deputado Rogério Correia (PT-MG). Segundo Correia, Schettini é apontado como “facilitador” no esquema de desvio de aposentadorias. O empresário, que foi indiciado na CPI da Pandemia, teria recebido recursos de Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como o "Careca do INSS".
Thiago Schettini obteve um habeas corpus, permitindo o seu não comparecimento à CPMI, por decisão do ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal.