A Secretaria de Estado da Assistência Social, Inclusão e Cidadania (Seasic) realizou uma reunião, na última segunda-feira, 1º, com representantes da Rede Amalgamar para dar início oficial à Pesquisa Censitária da População LGBTQIAPN+ de Sergipe, um passo inédito e considerado estratégico para a construção de políticas públicas efetivas, qualificadas e baseadas em evidências.

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A iniciativa nasce da necessidade histórica de dados reais sobre a população LGBTQIAPN+, que ainda enfrenta invisibilidade institucional e carece de indicadores capazes de orientar ações específicas. Durante a reunião, realizada na própria Seasic, foi feita a apresentação da equipe da Rede Amalgamar e a assinatura simbólica do contrato que marca a parceria entre as instituições. 

A secretária de Estado da Assistência Social, Inclusão e Cidadania, Érica Mitidieri, reforçou que a pesquisa representa um compromisso do Governo de Sergipe com a construção de políticas baseadas na realidade e não em suposições. “Quando chegamos à Seasic, percebemos que não havia dados que nos ajudassem a enxergar essas pessoas. Sem dados, a política pública não alcança quem mais precisa. Essa pesquisa é um divisor de águas, ela nasce da escuta, da responsabilidade e do compromisso com uma população que historicamente foi invisibilizada. O Estado precisa conhecer para cuidar, e é isso que estamos fazendo”, afirmou.

O coordenador de Políticas Públicas para a População LGBTQIAPN+, Jonhatan Santos, explicou que a Seasic tomou a iniciativa de buscar soluções para superar essa lacuna. Ele contou que a Coordenadoria realizou um mapeamento de empresas até chegar à Rede Amalgamar, reconhecida pela atuação em outros estados e indicada pelo Governo Federal. “Diante da ausência de dados reais para a construção de políticas públicas efetivas para a população LGBTQIA+, e entendendo a necessidade de especificidades para atender essa população, a Seasic entrou em contato com algumas empresas, fez o mapeamento e chegou à Amalgamar pela expertise e pela indicação do Governo Federal. Iniciamos os diálogos, avançamos até a contratação e, hoje, tivemos a apresentação inicial. A partir daqui começamos a construir o caminho metodológico”, destacou.

Jonhatan ressaltou, ainda, que o formulário será desenvolvido de forma participativa, envolvendo sociedade civil, movimentos sociais, órgãos públicos e diferentes setores, garantindo que a pesquisa reflita a realidade dos territórios. Segundo ele, não há previsão de quantas pessoas irão participar, já que a pesquisa é voluntária e baseada em autodeclaração, mas a expectativa é atingir o maior número possível de LGBTQIAPN+.

A diretora de Inclusão e Direitos Humanos da Seasic, Isabel Ferreira, destacou que a pesquisa nasce de uma diretriz da secretária Érica Mitidieri, que desde o início da gestão identificou a falta de dados como um dos principais entraves para políticas assertivas. “Essa pesquisa censitária vem do desejo da secretária Érika Mitidieri de ter dados sólidos para construir políticas públicas para a população LGBTQIAPN+ de forma efetiva. Embora tenhamos iniciativas importantes, faltava a ferramenta que nos permitisse chegar exatamente a quem precisa”, frisou.

Responsável pelas relações institucionais da Rede Amalgamar, Carlos Pinheiro reforçou o caráter histórico do projeto e destacou que Sergipe está entre os primeiros estados do país a realizar um levantamento específico desse porte. “Estamos unindo forças com diferentes setores para produzir algo que vai ecoar em transformação social por muitos anos. É uma alegria enorme construir esse caminho ao lado da Seasic”, pontuou. 

Próximos passos

Com a parceria oficializada, inicia-se, agora, a definição da metodologia, a elaboração do formulário e a estratégia de aplicação. A pesquisa será amplamente divulgada em espaços estratégicos, garantindo alcance e participação voluntária da população LGBTQIAPN+.

Após a coleta, será produzido um diagnóstico que servirá de base para a formulação de políticas públicas específicas, voltadas a reduzir desigualdades, violências e barreiras enfrentadas diariamente por pessoas LGBTQIAPN+ em Sergipe.

O lançamento da pesquisa marca um avanço significativo e posiciona o estado na vanguarda da produção de dados sobre diversidade, inclusão e direitos humanos no Brasil.