As crianças se machucam e batem a cabeça mesmo sob olhar dos responsáveis. Muitas vezes, não passa de um susto, mas alguns acidentes podem ser graves. A enfermeira Renata Almeida, que atua no Hospital da Criança de Alagoas (HCA), em Maceió, dá dicas de como evitar a queda e o que fazer se o acidente acontecer.

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De acordo com uma pesquisa feita pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), em 2023, mais de 33 mil crianças menores de 10 anos foram internadas em razão de acidentes envolvendo quedas no Brasil. As principais causas envolvem falta de supervisão, ambiente doméstico não adaptado e uso inadequado de equipamentos.

Cada faixa etária merece uma atenção especial, segundo a enfermeira do Hospital da Criança de Alagoas. Renata Almeida salienta que, no caso dos bebês de até um ano de vida, as quedas ocorrem principalmente em móveis elevados, como trocadores, camas, sofás ou cadeiras de alimentação.

“As principais dicas para quem tem bebê em casa são nunca deixá-lo sozinho em superfícies elevadas e usar sempre as grades de proteção do berço, mantendo-as elevadas quando o bebê estiver dentro. Além disso, se for usar a cadeirinha, certifique-se de que está bem fixada quando colocada na superfície”, afirma a profissional.

A partir de 1 ano de idade, a criança começa a andar, correr e explorar o ambiente, o que aumenta muito o risco de quedas. Os acidentes tendem a ser causados por tropeços, desequilíbrio e a tentativa de escalar.

“É preciso ter cuidado com as escadas, porque são um perigo significativo. Coloque redes de proteção ou grades nas janelas e sacadas dos apartamentos. Também mantenha o piso livre de obstáculos e prefira móveis com cantos arredondados ou use protetores de quina”, orienta Renata Almeida.

Já com relação às crianças a partir de 6 anos de idade, as quedas estão mais relacionadas a atividades esportivas, uso de bicicletas e skates, e brincadeiras em parquinhos. É importante reforçar o uso de equipamentos de proteção individual.

Nos parquinhos, verifique se o piso do playground é macio. Inspecione se os equipamentos estão em boas condições e se a criança utiliza o brinquedo adequado para sua idade e tamanho.

A criança caiu e agora?

Se a queda for leve e a criança chorar por um momento, mas se acalmar e continuar as atividades normalmente, você pode observar se há cortes ou inchaço. É importante aplicar gelo, se necessário, no local da lesão.

“Mas, nos casos em que a criança apresente sinais, em até 24 ou 48 horas, como vômitos, sonolência excessiva, convulsões, sangramento nasal ou nos ouvidos, e dificuldade para caminhar, os pais devem levá-la em uma emergência o mais rápido possível. Isso porque, essa situação pode indicar que a queda causou alguma lesão grave na criança”, reforça Renata Almeida.

Outras quedas que exigem atenção são de um bebê com menos de 3 meses de idade, de mais de um metro de altura (para aquelas abaixo de 2 anos de idade) e de mais de 4 degraus da escada.

"Nestes casos, por prudência, é melhor procurar assistência especializada", orienta a enfermeira.