Com o intuito de promover a conscientização, inclusão e valorização das pessoas com deficiência visual, as Secretarias de Estado da Saúde (SES) e da Assistência Social, Inclusão e Cidadania (Seasic) realizaram nesta terça-feira, 9, o ‘Encontro de Inclusão: deficiência visual em foco’, no Centro Especializado em Reabilitação José Leonel Ferreira Aquino (CER IV). O estado é pioneiro na assistência voltada à pessoa com deficiência visual, onde realiza o diagnóstico, avaliação e habilitação ou reabilitação em pacientes com baixa visão ou cegueira.  

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De acordo com a gestora operacional da reabilitação visual, Ana Carolina de Jesus, o encontro veio para destacar o protagonismo de cada pessoa com deficiência, que diariamente constrói caminhos para a inclusão. “A gente sempre reforça que inclusão não é apenas permitir que alguém esteja presente, e sim garantir que essa pessoa participe ativamente decidindo, liderando e estando à frente das ações. Hoje viemos reafirmar nosso compromisso de construir um espaço em que cada pessoa com deficiência visual possa realmente ocupar seu lugar de fala”, destacou.  

O evento contou com apresentação cultural do coral Adevise e com uma mesa-redonda que discutiu os avanços e desafios vivenciados pelas pessoas com deficiência visual no estado. Houve também mesas expositoras com demonstrações de pilates, massagem, bengalas articuladas com orientações de uso, além de uma máquina de escrever em braille que registrava o nome dos participantes em suas credenciais. A programação incluiu ainda a exposição de quadros produzidos por artistas com deficiência. 

A coordenadora da pessoa com deficiência da Seasic, Suellen Graziele, destacou que é muito importante unir as diversidades para que a sociedade reconheça suas capacidades. “A deficiência não é um limite e esse encontro reforça justamente a conscientização do entendimento de quem não vive essa realidade. É fundamental valorizar e incluir essas pessoas, pois somos capazes como qualquer outra pessoa, só precisamos de adaptações e não de limites”, ressaltou.  

Mais inclusão 

Na ocasião, paratletas da Universidade Federal de Sergipe (UFS) relataram sua experiência no campeonato de judô, como é o caso de Anailton Oliveira, que ganhou medalha de ouro em sua primeira competição. Para ele, o encontro é fundamental, porque mostra a potência das pessoas com deficiência visual. “Podemos praticar esportes, interagir com diferentes públicos e esclarecer que existem várias formas de deficiência visual, o que muita gente ainda não entende. No judô, viver essa experiência foi marcante. Mesmo já tendo praticado antes, agora pude treinar ao lado de pessoas nas mesmas condições e perceber que somos capazes de muito mais”, disse. 

A dona de casa Daniele Henrique é mãe da pequena Manuella Vitória, de cinco anos, assistida pelo CER IV. Para ela, um evento como este faz com que a pessoa com deficiência visual se sinta acolhida e incluída. “Ainda são poucos os espaços que realmente recebem bem as pessoas com deficiência. Minha filha é acompanhada no centro com terapeuta ocupacional e fisioterapeuta e posso afirmar que o serviço foi essencial para sua autonomia e é muito difícil encontrar um ambiente que acolhe”, disse Daniele. 

O pedagogo de Braille, José Wellington dos Santos, esteve no CER IV, realizando o registro do nome dos participantes em suas credenciais. “O uso da máquina facilita muito nosso trabalho, porque antes a gente dependia só da reglete, o que exigia muito esforço. Eu mesmo cheguei a criar calo na mão. A chegada dessa máquina trouxe rapidez, agilidade e melhor qualidade na comunicação. A importância desse encontro é justamente para mostrar à sociedade que existimos e queremos ser vistos”, destacou.