
O sorriso tímido de Gustavo Henrique Pereira da Silva, de 24 anos, esconde uma trajetória marcada por silêncio, coragem e recomeço. Morador de União dos Palmares e motorista, ele está em tratamento no Centro Estadual de Oncologia, no Hospital Metropolitano de Alagoas (HMA), em Maceió, após receber o diagnóstico de seminoma de testículo, um tipo de tumor que, quando descoberto cedo, tem altas chances de cura.
Durante três anos, Gustavo conviveu com um nódulo e um desconforto na região inferior do abdômen. Sabia que algo estava errado, mas escolheu esconder da família — principalmente da mãe, Catarina Batista da Silva, com quem sempre teve relação próxima.
“Eu não sentia dor, só um incômodo pelo tamanho. Então, fui adiando, deixando pra depois… Quando caiu a ficha, já era tarde”, relembra. No caso de Gustavo, a demora em procurar ajuda médica mudou o rumo de tudo.
O jovem conta que, após uma trilha em que sofreu uma queda, o tumor aumentou, e ele não conseguiu mais esconder a situação. “Foi quando tudo começou a piorar”, diz.
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A corrida pelo cuidado
Assustada, Catarina levou o filho imediatamente para buscar atendimento. No Hospital Geral do Estado (HGE), ele teve os primeiros exames e diagnóstico confirmado. Em seguida, foi encaminhado ao Hospital Metropolitano, onde passou por cirurgia no dia 13 de outubro. No entanto, o tempo perdido fez diferença.
“Depois da cirurgia, fizemos um PET scan, que mostrou progressão da doença para linfonodos disseminados e também para o pulmão”, explica o oncologista Davi Simplício. “Gustavo está com metástase, mas tem respondido bem ao tratamento. Ele está no terceiro ciclo de quimioterapia e demonstra confiança”, diz o médico.
O médico reforça o alerta. “Qualquer nódulo suspeito no corpo, especialmente no testículo, precisa ser avaliado rapidamente. O diagnóstico precoce facilita o tratamento e aumenta muito as chances de cura”, alerta Davi Simplício.
A força de uma mãe que não perde a fé
Catarina, auxiliar de dentista, fala com a voz firme, mas os olhos denunciam a preocupação da mãe. “Ele escondeu por três anos. Quando me contou, foi uma correria só. Mas, graças a Deus tivemos atendimento rápido e hoje ele está sendo muito bem cuidado aqui no Hospital Metropolitano”, diz a mãe do jovem.
Ela aproveita a experiência para orientar outras famílias. “Às vezes, a gente não percebe um sintoma em quem mora com a gente. É importante observar, perguntar, acompanhar. Se tivesse sido antes, talvez fosse mais simples. Mas, eu tenho fé. E sei que meu filho vai vencer”, afirma esperançosa.
Além da metástase nos linfonodos, Gustavo também está com áreas do pulmão comprometidas. Ele atribui parte do dano ao uso contínuo de vape. “Usei por mais de três anos. Hoje, estou vendo a consequência. Só quem passa sabe o que é. Não vale a pena”, afirma, deixando um recado direto aos jovens.
Mesmo enfrentando um tratamento intenso, Gustavo segue otimista. “Estou lutando, estou confiante. Vou sair dessa”, diz, vislumbrando a cura.
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Cuidado, acolhimento e esperança
No Centro Estadual de Oncologia, Gustavo é acompanhado de perto por uma equipe multiprofissional, que oferece suporte médico, psicológico e social durante todo o tratamento. A história do jovem alerta para os sinais do corpo, expõe a necessidade de diálogo dentro de casa e do cuidado com hábitos que podem trazer riscos à saúde.
Gustavo segue em tratamento, cercado pelo amor da mãe e pela dedicação das equipes do Hospital Metropolitano, carregando consigo uma mensagem poderosa. “Prevenção salva. E o silêncio adoece”, pontua o paciente.